Duna não é só areia!
- Leonardo Pinheiro
- 5 de jan. de 2018
- 2 min de leitura
Muito comum ouvir esse tipo de frase quando alguém quer passar com seu veículo ou simplesmente caminhar por sobre as dunas para contemplar a praia. A verdade é que isso deve ser quebrado, pois as dunas não são um mero depósito de areia. Há muito mais vida do que podemos imaginar!
As dunas frontais são formadas a partir da relação entre erosão e deposição, ambas sob influência de fatores climáticos e oceanográficos, porém a ação humana têm intensificado os processos de degradação destas. O pisoteio, tráfego de veículos e extração de areia para a construção civil são alguns fatores que acabam levando ao aumento da taxa de erosão das dunas, fragilizando todo o conjunto deste ambiente.
Nas praias do Rio Grande do Sul, as dunas são formadas por sedimento fino, os quais se depositam junto à zona de pós praia quando encontram algum tipo de barreira física, como por exemplo a vegetação. As diferentes formas de vida que ocorrem nas dunas são especialistas em lidar com as adversidades do ambiente, como a salinidade e o vento (predominante o ano inteiro!). Além de abrigo para a fauna e flora, as dunas frontais são uma barreira natural frente às ressacas no oceano, visto que mantém a massa d’água restrita à faixa praial.
Dentre as plantas mais freqüentes desse ambiente estão o Capim das dunas (Panicum racemosum), a Margarida da praia (Senecio crassiflorus) e o Bredo (Blutaparun portulacoides), os quais mantém relação com a fauna, seja como fonte de alimento ou como estabilizadores de suas tocas e ninhos.
Margarida da praia Capim das dunas Bredo
Quando falamos de animais, estamos falando, por exemplo, do Tuco-tuco (Ctenomys flamarioni), da lagartixa-das-dunas (Liolaemus occipitalis) do Piru-piru (Haematopus palliatus) e da Rã das dunas (Rhinella arenarum). Os dois primeiros se encontram ameaçados de extinção, na categoria "Vulnerável" e "Em perigo", respectivamente.
Você já viu algum deles?
Foto: Bruno Linhares Foto: Márcio Borges
Eles são animais que vivem nas dunas e que dependem deste ambiente saudável, portanto evite os meios de degradação das dunas!
Não utilize carro, vá caminhando e procure as passarelas!
Fonte:
Flora digital do Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/>
Geography, P. H. (2002). A gênese de cristas de praias e dunas frontais. Revista Mercator, (2), 119–126.
Calliari, L. J. R., Pereira, P. S., Oliveira, a O. De, Figueiredo, S. a, Calliari, L. J. R., Pereira, P. S., … Figueiredo, S. a. (2005). Variabilidade das Dunas Frontais no Litoral Norte e Médio do Rio Grande do Sul, Brasil. Gravel, 3, 15–30. https://doi.org/10.1016/j.geomorph.2007.07.001
Palma, C. B., & Jarenkow, J. A. (2008). Estrutura de uma formação herbácea de dunas frontais no litoral norte do Rio Grande do Sul , Brasil. Biociências, 16(2), 114–124.
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