Cactos, seus espinhos e suas flores
- Caroline Nectoux Culau
- 24 de jun. de 2018
- 2 min de leitura
Os cactos são plantas muito amadas por algumas pessoas, porém detestadas por outras por causa da sua grande quantidade de espinhos. Hoje no Rio Grande do Sul, temos 65 espécies diferentes de cactos, representando uma diversidade de 28,63% de todo o Brasil (uau!). Devemos ainda ressaltar algumas informações sobre esses cactos, como por exemplo, que destas 65 espécies ocorrentes no estado, 53 estão listadas na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção do Rio Grande do Sul, muitas vezes por causa da perda de habitat para o desenvolvimento agrícola. Além disso, 18 são endêmicas do estado, sabe o que isso significa? exatamente, se elas não existirem mais aqui, não existirão em mais nenhum lugar na natureza!

A família das Cactáceas estão amplamente distribuídos no estado, e embora haja espécies ocorrentes no bioma Mata Atlântica, é no bioma Pampa que vamos encontrar a sua grande maioria. Elas ocorrem somente nas Américas, se distribuindo do Canadá até a Patagônia.
Os cactos são considerados do grupo de suculentas pois desenvolveram adaptações para sobreviver em ambientes com restrição hídrica, apresentando mecanismos de estoque de água nos tecidos ou evitando a perda pela transpiração. Uma dessas formas foi diminuindo a área das folhas, muitas das espécies perderam as folhas por completo e realizam a transpiração e fotossíntese pelos ramos.

Mas então, como diferenciar os cactos das demais suculentas, uma vez que são todos muito parecidos? Os cactos apresentam aréolas (pequenos pontos esbranquiçados pela planta), não apresentam látex abundante, as flores são cheirosas e vistosas e todos apresentam espinhos, em maior ou menor quantidade.
Devemos ressaltar a importância dos cactos no Brasil, sendo aqui, o 3º centro geográfico de diversidade de cactos no mundo, 30% de toda a diversidade existe aqui, do nosso lado, para que possamos apreciar suas belezas! Atividades como sivicultura, pecuária, mineração em afloramos rochosos, ocorrência de espécies exóticas, queimadas, construção de barragens, entre outras tantas atividades antrópicas que vem aumentando dia após dia, devastando nosso meio ambiente e reduzindo nossa biodiversidade. Devemos sim dar importância para todas as vidas ao nosso redor, as plantas tem um valor e uma importância única!
Referência: Cactos do Rio Grande do Sul (Andréia M. Carneiro, Rosana Farias-Singer, Ricardo Aranha e Ari D. Nilson), 2016 - Porto Alegre / Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
Comentarios