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Lagoa do Peixe: beleza e importância ecológica

  • Leonardo Pinheiro
  • 25 de abr. de 2018
  • 3 min de leitura

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) é o documento responsável por reger as áreas, classificando-as de acordo com aspectos ambientais e sociais e as relações de uso do espaço. Este sistema separa as Unidades de conservação em dois grandes grupos: Uso sustentável e proteção integral, sendo a primeira àquelas em que a exploração dos recursos é permitida desde que seja de forma social e ambientalmente justa, garantindo o modo de vida da comunidade preexistente e também a preservação da biodiversidade. Nas unidades classificadas como de proteção integral, é permitido apenas a exploração indireta dos recursos, como por exemplo, através do ecoturismo.


A primeira Unidade de Conservação brasileira a ser instituída, foi o Parque Nacional do Itatiaia, ainda na década de 30. Nesse tempo, as coisas eram bem diferentes do cenário que vemos hoje... Com a criação do ICMBio e o posterior regramento, através do SNUC, o sistema de gestão de UC’s passou para uma nova fase.

A obrigatoriedade de toda unidade ter um Plano de Manejo passou a ser a base para todas as atividades que incidem na unidade, além do mapeamento da cobertura do solo e do levantamento de fauna e flora. Conjuntamente, ressaltamos o papel do conselho consultivo, o qual é integrado por instituições, organizações e membros da sociedade que possuam interesse na área. Os diferentes interesses podem resultar em conflitos, o que também é papel do conselho buscar resolver, sempre amparado pelo plano de manejo, o qual deve ser revisto a cada 5 anos!


Entrada da trilha do Talha-mar.

Foto: Caderno 040


O Parque Nacional da Lagoa do Peixe (PARNA) é uma unidade de proteção integral, criada em 1986, quando a gestão ainda era realizada pelo IBAMA. O principal intuito da criação desta UC é dada pela relevância que a mesma representa para inúmeras espécies.

O ambiente de restinga, uma conformação da Mata Atlântica, juntamente com a influência marinha quando em contato com as águas doces provindas do continente (através de um estuário intermitente) acabam por propiciar uma grande riqueza de recursos e alto trânsito de espécies, sendo especialmente importante para as aves migratórias, tanto do hemisfério norte, quanto do extremo sul.


Dentre as aves que visitam a localidade, inserida entre parte dos municípios gaúchos de Mostardas, São José do Norte e a totalidade de Tavares, podemos destacar os Flamingos, os Maçaricos e Trinta-réis, porém a área é utilizada por cerca de 220 espécies, muitas delas ameaçadas de extinção.

Grupo de Maçarico-do-papo-vermelho (Calidris canutus).

Foto: Daniela Martins


Por reunir tantas características importantíssimas, o PARNA Lagoa do Peixe foi declarado como Sítio Ramsar, o qual foi instituído pela convenção de mesmo nome e que prevê proteção de áreas úmidas de grande relevância para as espécies que dela dependem.


A exuberante beleza e abundância de aves é o que motiva a visitação por muitos admiradores da natureza e ornitólogos à procura da fotografia perfeita! O Festival das aves migratórias é uma excelente oportunidade para tal, onde há atividades sobre o assunto, além da contemplação dos animais e ótimo momento para alavancar o turismo e movimentar o comércio na região, mas que carece de intensidade.


À esquerda, foto símbolo do município de Tavares, Flamingos-chilenos (Phoenicopterus chilensis); à direita, a Gaivota-de-rabo-preto (Larus atlanticus), espécies quase ameaçadas.

Foto: Daniela Martins



A pesquisa científica e investimentos governamentais são de extrema importância para o maior embasamento para as revisões do plano de manejo, visando sempre a resolução de conflitos existentes, como por exemplo o ordenamento das atividades ocorrentes nesta unidade de conservação.




 
 
 

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